terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A Associação Oficina do Ser e o Ecoetrix Parquescola retornam as atividades normalmente no próximo dia 05 de janeiro. Até lá  Boas Festas!!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Oficina do Ser aceita voluntários

Associação Oficina do Ser abre espaço para colaboradores e voluntários visando aumentar suas atividades em Varginha

O trabalho da associação auxilia o desenvolvimento pessoal e profissional de crianças e adolescentes
A Associação Oficina do Ser está precisando de voluntários para ampliar suas atividades. Vale para qualquer área de conhecimento: artesanato, saúde, educação, comunicação, alimentação, meio ambiente, entre outros. Se você tem o desejo de compartilhar o seu conhecimento, seja voluntário e ofereça cursos, oficinas e palestras para quem precisa ou deseja das informações que você possa fornecer.

Trabalho voluntário, colaboração financeira e qualquer
outro tipo de auxilio é bem vindo 
Essa é uma forma de desenvolver os potenciais do ser humano e alcançar cada vez mais pessoas. Desde julho quando passou por uma reformulação, a instituição disponibiliza em Varginha espaço para crianças e adolescentes ampliarem seus conhecimentos nas mais diversas áreas, mas necessita ampliar seu quadro de colaboradores.

De acordo com o presidente da Oficina do Ser, o pedagogo Wender Reis, toda ajuda é bem-vinda. “Nossa intenção é lapidar talentos com base nas mais diversas áreas do conhecimento. Para que esse trabalho seja realizado com sucesso dependemos de pessoas interessadas em prestar trabalho voluntário e de doações em geral”, revela.

Como colaborar

 Quem se interessar em ajudar nos trabalhos da Associação Oficina do Ser pode se cadastrar como colaborador, doador ou voluntário. Para isso basta ligar para (35) 3221-9537 ou procurar a sede da Oficina do Ser na rua Domingos Pereira Braga, 75 (abaixo do grupo Brasil), no Centro de Varginha.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

OPINIÃO

Cânon extraoficial da cultura em Varginha

* Por Wender Reis

A rotina diária na redação de qualquer jornal local tem desde o cafezinho inspirador até as fiéis notícias policiais, ambos nunca ausentes. Varginha sofre hoje um aumento significativo da marginalidade. Marginalidade que anda de mãos dadas com a cultura. Mas na rotina diária de redações jornalísticas, as notícias policiais e de cultura ocupam colunas diferentes. A violência cresce, e isso é sabido. Mas como a cidade se relaciona com a cultura?  Difícil responder à pergunta, já que são escassos os indicadores que orientam a criação e avaliação de políticas públicas para a cultura, bem como os investimentos de empresas privadas na área.

Com uma admiração duvidosa, um motorista de ônibus, aparentemente de meia idade, observa jovens em duelos de dança hip hop, quando fala ao cobrador: “esse é o problema da juventude, não quer saber de trabalhar”. Na contramão do que pensa o personagem retirado de uma experiência real, esse artigo diz “essa é a solução da juventude, não quer saber de trabalhar”. Neste caso, é claro, precisamos complementar. Uma juventude que não veste os ideais cristalizados de uma sociedade pautada em instituições como a escola, que forma apenas para o trabalho, é uma juventude geradora de cultura, portanto deve ser ouvida.

Os jovens do hip hop, do skate, do grafite, do funk e artistas de rua que hoje praticam uma cultura não oficial, uma cultura não reconhecida pela política pública da cidade, estão à margem da legitimidade socioeconômica, estratificados dentro de seus próprios núcleos de ação: as ruas. Ao que parece, esses primeiros, estão na borda contrária de grupos que, reconhecidos pelo poder público, através de seu aparato burocrático (editais, chamadas públicas e etc.), tem hegemonia e autoridade sobre a manifestação e fruição de atividades artístico-culturais em Varginha. O que os próprios promotores da cultura oficial talvez não tenham percebido, e tampouco a gestão pública, é que o simples fato de ter aprovado e certificado um projeto dentro dos parâmetros legais da Lei 3.453, não afirma este como uma iniciativa respaldada pela administração pública como patrimônio local. Para tanto, caberia aos representantes do povo, no cumprimento de suas funções, entender que o que surge da sociedade civil é parte constituinte de suas gestões, pois afinal, é a base de sua representação. Mas ao contrário disso, o governo local não presta o mínimo suporte técnico estrutural para os empreendimentos culturais na cidade. É preciso mais que autorizar a utilização de espaços públicos, como se isso já não fosse um dever legal, é preciso usar a máquina pública como um organismo integrado as iniciativas culturais, divulgando, estando presente, usufruindo das manifestações que outorga a título de conteúdo para matérias do Órgão Oficial. Neste sentido, observadas as diferenças, tanto os primeiros como os segundos tem muito em comum.

Os jovens do hip hop, do skate, do grafite, do funk e os artistas de rua são oficialmente marginalizados, enquanto empreendedores do teatro, da música, instituições civis que, entre outros, se equivalem do financiamento público municipal, sofrem uma marginalização velada, mascarada por logomarcas em banners. Isso fica explicito quando não conseguem, o que ocorre sempre, equiparar suas iniciativas as que são realizadas pelo próprio governo municipal através do seu órgão correspondente, a Fundação Cultural. Isso revela a centralização do governo e a inibição da iniciativa pública na construção do bem comum cultural. A falta de um compromisso objetivo no fortalecimento dos realizadores de cultura na cidade coloca de lado o papel central que a mesma deveria assumir no processo de desenvolvimento social do município.

Assim se instala o fracasso programado, pois a omissão da gestão municipal, ao se furtar da co-participação com os agentes culturais em seus empreendimentos, aumenta o fosso que separa realizadores formais e informais, os distanciando da fachada de um conselho civil, existente, mas que os próprios gestores concorrem para que não funcione. Esta situação potencializa a visão de que administrar a cultura é trabalhar com uma política de eventos, organizar atividades e festas com o objetivo de entreter o povo, que mais uma vez participa apenas como receptor da ação cultural, distante do fazer, propriamente dito. É claro que os cofres públicos não têm condições de manter financeiramente a arte na cidade. E claro, a população, o consumidor direto, que pagaria pela expressão cultural, por não se reconhecer na produção realizada aqui, ao menos, não na oficial, não se interessa em fazê-lo.

A experiência de Varginha mostra claramente o limite, não apenas da lei, mas da ação pública dos gestores, mais preocupados com a governabilidade, o equilíbrio de forças políticas do município que propriamente com o fortalecimento da sociedade civil. Vide a tentativa de não continuidade do projeto “Quinta da Boa Música”, iniciado na gestão anterior. Para os gestores públicos, independente da cor ideológica, partilhar o poder é enfraquecer a governança. Entretanto, marginalizar o bem comum cultural, oficialmente ou extra oficialmente, é desamparar a um reducionismo simplista a sociedade, plena, tão só, em sua diversidade. Daí tocamos no ponto nevrálgico, se eu não reconheço o que é produzido por terceiros como integrantes da cultura da qual participo, o outro também não reconhece o que eu produzo como oficial e não avaliza como algo que integra a sua manifestação.

A rotina diária na redação de qualquer jornal local continuará com a cafezinho e as notícias polícias. A coluna de cultura, acriticamente, tal como faz hoje, seguirá dando notas sobre eventos isolados, tal como os percebem. O que a gestão cultural pode fazer pela rotina diária dos jornais locais é se integrar a outras áreas da administração, como a educação, através de iniciativas de validação do fazer comunitário, manifestado pelo funk, hip hop, pagode ou qualquer outro, assim, quem sabe, podemos ver no noticialismo manchetes como: “iniciativa cultural ajuda a derrubar índices de criminalidade”. É justo reconhecer que a associação feita entre cultura e o aumento da marginalidade em Varginha é rasa e sutil porque optamos aqui por permitir que o leitor tire suas próprias conclusões a partir daquilo que a sua experiência lhe permite inferir.

O discurso da gestão cultural de Varginha precisa ser atualizado na prática, pois o discurso, que até reconhece-se como bem intencionado, está distante da prática. Levar em conta o crescente processo de culturalização da cidade, principalmente da chamada periferia e dos agentes não-convencionais, que querem mais dialogar do que apenas acolher as linguagens oficiais da arte. Há uma enorme energia cultural que tem como vertente os valores, as idéias, as articulações públicas que não podem passar ao largo da vida institucional do município.

Deixando as portas abertas para o debate, vale mais um alerta a gestão pública: quantidade não é sinônimo de diversidade, menos ainda, de qualidade. Portanto, não são quantos projetos foram empreendidos, mas como eles contribuíram para o crescimento da cultura local.


*Wender Reis é pedagogo e presidente da Associação Oficina do Ser

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Presidente da Associação é mediador de debate no Propac




Provocar um debate saudável e chamar a atenção dos jovens para um tema bem pertinente. Com esse intuito, o presidente da Associação Oficina do Ser, Wender Reis, esteve no Propac (Programa Profissionalizante Adolescente Consciente) nesta sexta-feira (28). Reis convidou os adolescentes a formarem um circulo e expôs o tema: “Violência: o mau que se tornou adjetivo”.
O presidente Wender Reis (ao centro) motivou
um debate saudável
Com a participação dos estudantes vários exemplos sobre como a mídia e a sociedade tratam o assunto foram discutidos. Para o mediador, a forma distorcida com que o tema é tratado acaba tendo graves conseqüências. “O vilão é tratado como um personagem interessante, assim as pessoas tendem a simpatizar e até torcer por ele. Os programas sensacionalistas ganham audiência e o suspeito de um crime ganha um destaque exagerado. Isso provoca várias consequências”, revela Reis.
A intenção do mediador com o debate foi mostrar que o fato de negligenciarmos a própria violência que existe em nós faz com que ela seja externada de formas bizarras. “As pessoas gostam de observar e compartilhar vídeos de brigas, espancamentos e outras formas de brutalidade nas redes sociais”, comenta.
A Associação Oficina do Ser colabora com o
desenvolvimento da comunidade


“Só o fato de desligar a TV quando um programa sensacionalista começar já é uma forma de quebrar essa corrente”, reforçou um participante do debate. Na opinião da professora Fernanda Mesquita, assuntos polêmicos e cotidianos precisam ser tratados com os jovens: “temos que insistir em temas para fazer os jovens pensarem, a conscientização é muito importante no processo de formação desses jovens”.

A atividade fez parte da programação da 2ª Semana Interna de Prevenção dos Acidentes de Trabalho. Algumas das atividades realizadas durante a semana foram coordenadas pela Associação Oficina do Ser e pelo Ecoetrix Parquescola.